5 perguntas e respostas sobre o cronograma de obra em Gantt

O cronograma de obra em Gantt é uma das metodologias mais conhecidas e utilizadas no planejamento de obras na Construção Civil. Ele oferece uma visão clara das etapas do projeto e auxilia no controle de prazos e recursos. 

No entanto, muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre como otimizar o uso dessa estratégia para que ela seja realmente eficaz no dia a dia das construções.

Pensando nisso, neste artigo, reunimos as principais perguntas e respostas sobre o uso do Gantt, com base no conteúdo do Webinar “Gantt na Prática”, da professora Wanessa Fazinga – que você poderá assistir na íntegra também aqui.

Ao longo da leitura, você vai descobrir: como começar a construção do cronograma de obra em Gantt; as três melhores formas de interpretar o gráfico; como usá-lo para acompanhar o dia a dia da obra e como fazer ajustes em caso de atrasos.

Boa leitura!

Perguntas e respostas sobre o Cronograma em Gantt

Nesta seção, você encontrará respostas para as dúvidas mais frequentes sobre o uso do cronograma em Gantt. Com base no conteúdo do Webinar “Gantt na Prática”, vamos abordar desde os primeiros passos para criar o cronograma até as melhores formas de interpretá-lo, acompanhá-lo e ajustá-lo em caso de imprevistos.

Se você deseja aproveitar ao máximo essa ferramenta no planejamento da sua obra, continue a leitura.

1) Por onde começar na construção do Cronograma de Gantt?

O primeiro passo para iniciar a construção de um Cronograma de Gantt é reunir as informações que servirão como base para o planejamento. O sucesso do cronograma depende da organização prévia desses dados, que ajudarão a definir as atividades, prazos e a sequência lógica do projeto.

Essas informações, são: 

• Estrutura Analítica do Projeto (EAP): a EAP, ou escopo do projeto, é o primeiro passo. Ela divide o projeto em etapas ou entregas menores, detalhando todas as atividades necessárias para a conclusão da obra. Esse mapeamento ajuda a organizar o cronograma, garantindo que nada seja esquecido.
• Duração das atividades: para cada atividade listada na EAP, é necessário estimar quanto tempo será necessário para completá-la. Leve em consideração a  complexidade da tarefa, os recursos disponíveis e eventuais imprevistos que possam surgir.
• Dependências: aqui é preciso identificar a relação entre as atividades — ou seja, quais tarefas dependem da conclusão de outras para serem iniciadas. É isso que vai criar uma sequência correta no Gráfico de Gantt, evitando que o cronograma fique desalinhado com a execução real do projeto.

Com essas três informações devidamente organizadas, você poderá montar o Cronograma de Gantt e visualizar o andamento do projeto de maneira clara e objetiva.

2) Como interpretar o cronograma em Gantt?

O Gráfico de Gantt é muito útil para construtoras e incorporadoras, mas é essencial saber interpretá-lo para aproveitar suas vantagens. As informações ali transmitidas devem ser tão claras e nítidas que mesmo quem não criou o cronograma deve ser capaz de entendê-lo.

Para isso, existem alguns fatores visuais que facilitam a rápida interpretação, como: 

• Comprimento das barras: as barras horizontais indicam a duração das atividades. Quanto mais longa a barra, mais tempo aquela tarefa levará para ser concluída.
• Barras cinzas: representam a soma do tempo de várias atividades de uma mesma fase. Por exemplo, se “instalações” inclui “elétricas” e “hidráulicas”, a barra cinza mostra a duração total dessas duas tarefas juntas.
• Setas: as setas entre as barras indicam dependências. Elas mostram quais tarefas precisam ser concluídas para que outras possam começar. Por exemplo, uma seta de “elétrica” para “revestimento” significa que o revestimento só pode ser iniciado após a instalação elétrica.
• Atividades em vermelho: essas atividades estão no caminho crítico. Ou seja, se houver atrasos nessas etapas, o prazo total da obra poderá ser comprometido. É onde a construtora ou incorporadora deve colocar mais esforços.

No começo da utilização do gráfico, até pode parecer confuso. Mas uma vez que você e a sua equipe compreendam de forma visual cada uma das representações, o cronograma se torna uma maneira rápida e muito prática de acompanhar o andamento da obra.

3) Como usar o Gantt para acompanhar a obra e antecipar problemas?

O Gráfico de Gantt é uma excelente ferramenta para acompanhar o progresso da obra e antecipar problemas, principalmente quando integrado a outras formas visuais de controle.

Uma estratégia, por exemplo, é combinar o Gantt com um acompanhamento visual direto no canteiro, como utilizar a planta baixa do imóvel para marcar o que já foi executado.

Aqui está como você pode aplicar isso:

1. Utilize a planta do imóvel para marcar as atividades já executadas no canteiro de obras. Com uma legenda simples de cores, como amarelo para vigas já instaladas, azul para pilares concretados e vermelho para processos críticos, você consegue visualizar rapidamente o que já foi feito e o que pode dar problemas. 
2. Depois de marcar o que foi executado na planta, vá para o Gráfico de Gantt e atualize o progresso, utilizando as mesmas cores e legendas. Isso garante uma correspondência visual direta entre o que foi executado no canteiro e o que está planejado no cronograma, facilitando a identificação de eventuais atrasos.
3. Em seguida, atualize plataformas de gestão de obras, como a Prevision, marcando 100% de progresso nos itens já concluídos. Isso gerará um gráfico detalhado do andamento da obra, mostrando o que já foi realizado e o que ainda está previsto.

Seguindo esses passos, você consegue acompanhar diariamente o que está sendo feito na obra e o que ainda deverá ser feito para evitar qualquer tipo de surpresa indesejada.

4) Como ajustar um Gráfico de Gantt em caso de atrasos?   

Quando ocorrem atrasos em uma obra, o replanejamento é a principal estratégia para ajustar o Gráfico de Gantt e evitar que os prazos sejam comprometidos. Isso envolve a reorganização de atividades, priorização de tarefas e simplificação de processos, sempre buscando maneiras de otimizar o cronograma e recuperar o tempo perdido.

Veja algumas das principais formas de replanejar e ajustar o Gráfico de Gantt em caso de atrasos:

1. Replanejamento das atividades: o primeiro passo é reavaliar todo o cronograma e identificar as atividades que podem ser reorganizadas. Isso pode incluir adiantar tarefas não dependentes ou postergar atividades menos prioritárias para dar espaço às mais críticas. O objetivo é fazer com que o cronograma reflita a nova realidade da obra, sem comprometer a qualidade ou o resultado final.
2. Execução de atividades em paralelo: uma ótima solução é colocar atividades que não dependem entre si para ocorrer simultaneamente. Por exemplo, o revestimento cerâmico e o revestimento de madeira podem ser realizados ao mesmo tempo, já que não interferem um no outro. Essa sobreposição de tarefas permite acelerar o cronograma sem comprometer a execução.
3. Simplificação de processos: outra estratégia importante é revisar o processo de execução e enxugar etapas que não agregam valor. Procure eliminar atividades desnecessárias ou otimizar o fluxo de trabalho e transporte de materiais. 
4. Ajuste das dependências: revise as dependências entre as atividades no Gráfico de Gantt. Em alguns casos, as tarefas que estavam vinculadas podem ser executadas de forma independente ou parcialmente sobrepostas, permitindo maior flexibilidade no cronograma.

Com um replanejamento bem estruturado e os devidos ajustes nas atividades, é possível minimizar o impacto dos atrasos e manter o controle do projeto, garantindo que ele se mantenha dentro dos prazos previamente estabelecidos.

5) Quais as melhores práticas somadas ao Gantt? 

Além de utilizar o cronograma, você pode integrar outras estratégias que melhorem o ambiente de trabalho, facilitem o acompanhamento das etapas e garantam que o canteiro de obras esteja sempre bem organizado.

Aqui estão algumas das melhores práticas para garantir o sucesso do projeto:

• Engajar a equipe: mantenha todos os envolvidos na obra informados sobre o progresso e as próximas etapas. Uma forma eficaz de fazer isso é apresentando regularmente o Gráfico de Gantt para toda a equipe. Isso garante que todos compreendam o cronograma e saibam em que fase o projeto se encontra, além de contribuir para o compromisso de cada um com os prazos estabelecidos.
• Reduzir o esforço físico dos trabalhadores: minimizar o desgaste físico da equipe aumenta o engajamento e a produtividade. Equipamentos como paleteiras podem ser alugados para auxiliar no transporte de materiais, evitando que os trabalhadores precisem carregar cargas pesadas. Lembre-se que o esforço físico desgasta a mente dos trabalhadores também, dificultando a motivação da equipe. 
• Garantir uma obra bem abastecida e organizada: manter o canteiro de obras organizado é essencial para evitar atrasos e melhorar a eficiência. Crie um sistema visual no depósito, como sinalizar o chão e utilizar prateleiras que permitam identificar rapidamente os materiais em estoque e prever quais insumos estão em falta. Esse tipo de organização ajuda a identificar rapidamente o que precisa ser reabastecido e/ou o que se tem de sobra em termos de materiais e insumos.

Com essas práticas, o uso do Gráfico de Gantt se torna ainda mais produtivo, e a obra tende a avançar de maneira mais organizada, com menos retrabalhos e maior produtividade.

Assista ao webinar completo por aqui.

Conclusão

Como você viu neste artigo, o Gráfico de Gantt é uma solução muito útil e importante para o planejamento e acompanhamento de obras na Construção Civil. Mas para desfrutar de todos os benefícios, é preciso fazer uma boa construção do cronograma, além de, é claro, uma interpretação correta dos gráficos ali descritos. 

Por isso, retorne sempre a este artigo quando precisar lembrar de como utilizar o Gantt da melhor forma, certo? E se você deseja se aprofundar ainda mais no uso do Gráfico de Gantt, inscreva-se no curso gratuito “Cronograma de Gantt” da CON.TECH, conduzido pela prof. Wanessa Fazinga. 

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