Gerenciamento de valor agregado: o que é como aplicar na construção civil
20 de junho de 2023
Gerenciamento de valor agregado: o que é como aplicar na construção civil
Quando realizada manualmente, o gerenciamento de valor agregado é uma técnica relativamente complexa. Mas com as ferramentas certas, é muito eficiente para proporcionar uma visão clara do desempenho de um projeto em relação aos seus custos. Com ela, é possível avaliar o andamento das operações ao longo do tempo, detectando possíveis ajustes necessários para garantir o resultado esperado.
Também chamado de GVA, consiste em uma prática utilizada em diversos setores profissionais, inclusive na construção civil, fornecendo uma visão ampla dos gastos, investimentos e prazos. Se você deseja saber mais sobre este assunto, chegou ao lugar certo.
Neste artigo, iremos explicar o que é o gerenciamento de valor agregado, como é feita a análise e o que fazer para resolver os principais desafios na implementação. Além disso, veja dicas para aplicar a técnica na construção civil utilizando indicadores como o Índice de Desempenho de Prazo (IDP) e o Índice de Desempenho de Custo (IDC).
O que é o Gerenciamento de valor agregado?
O Gerenciamento de Valor Agregado (GVA) é uma abordagem fundamental para analisar e controlar o desempenho quantitativo de um projeto, permitindo à empresa integrar as áreas de planejamento, prazo e custo. Essa metodologia utiliza padrões e tendências passadas como indicadores do futuro, possibilitando uma análise abrangente das operações.
Na construção civil, uma das principais contribuições do GVA é a comparação do avanço físico da obra em relação ao que foi orçado. Isso é alcançado ao transformar os custos e prazos em percentuais de obra realizada, permitindo mensurar quão dentro do prazo e do custo a construção se encontra. Ao extrair esses índices, é possível obter uma visão clara do desempenho atual e identificar possíveis variações.
Além disso, a técnica desempenha um papel crucial na determinação da viabilidade econômica do projeto e na previsão aproximada dos custos necessários. No entanto, é importante destacar que esses valores não representam o desembolso financeiro total no caixa, mas sim uma estimativa do valor real.
A falta de um gerenciamento de valor agregado pode ter um impacto significativo no andamento da obra, uma vez que tanto o orçamento quanto o cronograma são suscetíveis a variações à medida que o projeto evolui. Sem o GVA, torna-se difícil avaliar a viabilidade final do investimento e verificar em que medida o planejado foi de fato cumprido.
Portanto, essa estratégia oferece uma abordagem sistemática e estruturada para avaliar o projeto regularmente, fornecendo informações cruciais para o monitoramento do avanço, o controle de custos e a tomada de decisões estratégicas. Ao adotar essa metodologia, as empresas podem obter uma visão abrangente do andamento das atividades, identificar problemas e realizar ajustes necessários para alcançar o sucesso desejado.
Principais desafios
Existem vários desafios que as equipes e organizações enfrentam no processo de implementação e utilização efetiva do GVA. Vamos ver abaixo os mais comuns:
- Falta de dados precisos: A obtenção de dados precisos é essencial para uma análise confiável do desempenho do projeto. No entanto, se a companhia não possuir essas informações, pode acabar comprometendo a precisão das análises e, com isso, a tomada de decisões.
- Imprevistos e mudanças no escopo do projeto: À medida que o projeto avança, é comum enfrentar imprevistos e mudanças no escopo. Problemas técnicos, atrasos ou alterações nas necessidades do cliente podem afetar os custos e prazos estimados, impactando os indicadores do valor agregado. Gerenciar essas variações requer flexibilidade e adaptabilidade.
- Falta de apoio e participação da equipe: O sucesso do gerenciamento de valor agregado também depende do engajamento de toda a equipe. A coleta precisa de dados, a atualização do progresso físico e a implementação de ações corretivas exigem colaboração ativa.
- Dificuldade de integração com outras técnicas e indicadores: Muitas organizações utilizam outros softwares e ferramentas de gerenciamento de projetos que podem ser difíceis de integrar com o GVA. Por isso, é necessário padronizar e optar sempre por ferramentas integrativas.
Todos os desafios podem ser contornados se houver dedicação da equipe e um preparo da empresa para receber a nova ferramenta. Por este motivo, vale a pena reunir todos os dados necessários e estar preparado para qualquer imprevisto no meio do projeto.
Gerenciamento de valor agregado na construção civil
O gerenciamento de valor agregado (GVA) é uma abordagem amplamente aplicada, não só na indústria da construção civil, para monitorar e controlar o desempenho dos projetos. Essa metodologia permite avaliar de forma precisa o progresso das obras em relação aos custos planejados e aos prazos estabelecidos.
Na área da construção, a análise do valor agregado é realizada por meio de indicadores específicos, como as curvas não cumulativas de recursos e as curvas cumulativas, também conhecidas como curvas S. Essas curvas permitem visualizar o desempenho do projeto ao longo do tempo, mostrando o avanço físico em relação aos recursos investidos.
A curva não cumulativa de recursos exibe a quantidade de trabalho planejada e realizada em cada período do projeto. Ela proporciona uma compreensão clara do andamento da obra, permitindo identificar variações entre o planejado e o realizado em cada fase. Por exemplo, se o trabalho realizado está abaixo do planejado, indica que o projeto está atrasado em relação aos prazos estabelecidos.
Já a curva cumulativa, também conhecida como curva S, mostra a acumulação do trabalho realizado ao longo do tempo. Ela proporciona uma visão global do progresso do projeto e permite avaliar se o ritmo de execução está de acordo com o planejado. A curva S é especialmente útil para identificar tendências e prever o desempenho futuro da obra.
IDP e IDC
Além disso, no gerenciamento de valor agregado na construção civil, dois índices importantes são frequentemente utilizados: o Índice de Desempenho de Prazo (IDP) e o Índice de Desempenho de Custo (IDC).
O Índice de Desempenho de Prazo (IDP) mede a eficiência do projeto em relação aos prazos estabelecidos. Ele é calculado dividindo o valor agregado (trabalho realizado) pelo valor planejado, e um IDP igual ou superior a 1 indica que o projeto está dentro do cronograma planejado. Um IDP inferior a 1 indica que o projeto está atrasado.
Já o Índice de Desempenho de Custo (IDC) avalia a eficiência do projeto em relação aos custos. Ele é calculado dividindo o valor agregado pelo custo real, e um IDC igual ou superior a 1 indica que o projeto está dentro do orçamento previsto. Um IDC inferior a 1 indica que o projeto está gastando mais recursos do que o planejado.
Saiba mais: Como fazer o Gerenciamento de Valor Agregado da obra
Etapas do gerenciamento de valor agregado
O gerenciamento de valor agregado (GVA) segue um conjunto de etapas essenciais para garantir uma análise efetiva do desempenho do projeto. Essas etapas abrangem desde a estimativa inicial dos custos até a identificação de desvios e a tomada de medidas corretivas.
Ao seguir essas etapas, as equipes de projeto podem obter uma compreensão abrangente do andamento e eficiência do projeto. Veja quais são elas:
- Estimativa de custos: Realizar uma análise detalhada dos recursos necessários e associar os custos a cada atividade do projeto.
- Definição de atividades e cronograma: Identificar as tarefas do projeto, estabelecer a sequência lógica e criar o cronograma.
- Medição do desempenho: Coletar dados reais sobre o progresso das atividades e registrar os custos efetivos.
- Levantamento de custos ao longo do projeto: Monitorar os custos reais das atividades conforme o projeto avança.
- Análise comparativa: Comparar o trabalho realizado com os custos e prazos planejados para avaliar o desempenho real do projeto.
- Identificação de desvios e ações corretivas: Identificar desvios significativos entre o realizado e o planejado e tomar medidas para corrigir o curso do projeto.
Essas etapas permitem uma gestão eficiente do valor agregado, garantindo o controle do desempenho do projeto e a tomada de decisões informadas.
Conclusão
O gerenciamento de valor agregado (GVA) é uma poderosa ferramenta para monitorar e controlar cada uma das operações, trazendo muitas vantagens para a construtora. Ao longo deste artigo, exploramos o conceito da técnica, sua importância e aplicação em diferentes setores, com foco especial na construção civil.
Destacamos os desafios comuns enfrentados na análise de valor agregado, como a falta de dados precisos, imprevistos e mudanças no escopo do projeto, falta de apoio da equipe e dificuldade de integração com outras técnicas e indicadores. Enfrentar esses desafios é fundamental para obter resultados precisos e tomar decisões informadas.
Além disso, discutimos cada uma das etapas do gerenciamento, desde a estimativa de custos até a identificação de desvios e ações corretivas. Seguindo esse passo a passo, é possível construir uma estrutura sólida para a gestão eficaz do GVA.
É importante ressaltar que o gerenciamento de valor agregado pode ser otimizado com o apoio da tecnologia. Ferramentas como a Prevision, que oferece integração com planilhas orçamentárias e com ERPs, facilitam a geração das curvas, como a curva S, e o cálculo do Índice de Desempenho de Prazo (IDP). Essas soluções agilizam as atividades, fornecendo análises mais precisas e permitindo uma tomada de decisão mais assertiva.
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Diretora Executiva e Co-Fundadora da Prevision, plataforma líder de Planejamento Lean de obras. Engenheira Civil formada pela UFSC, especialista em gestão de negócios ...
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