Segurança do trabalho em obras: como otimizar através de um planejamento eficiente
15 de abril de 2021
Segurança do trabalho em obras: como otimizar através de um planejamento eficiente
A construção civil está entre os setores que mais registram acidentes de trabalho no Brasil. O setor também é recordista no número de mortes e de afastamentos por mais de 15 dias. Como caminho correto para minimizar este cenário, investir em segurança do trabalho em obras é o que mais se destaca.
Neste sentido, um recurso que pode ser utilizado é a execução de um bom planejamento da obra. Isso porque ele torna o processo mais eficiente de diversas formas, e uma delas é a redução dos acidentes de trabalho.
Diferente do que estamos acostumados a ouvir sobre planejamento, as medidas de segurança do trabalho em obras podem e devem estar previstas nele, no diferentes níveis executados: de curto, médio e longo prazo. Assim, é possível controlar as atividades e garantir que os profissionais estarão seguros antes de começarem os trabalhos.
Saiba neste artigo um pouco mais sobre como otimizar a segurança do trabalho em obras da sua empresa por meio de um planejamento eficiente!
Como melhorar a segurança do trabalho em obras por meio de um planejamento eficiente
A implementação de medidas de segurança do trabalho em obras é um processo que deve ser analisado com cuidado por todos os envolvidos na gestão do projeto. São diferentes normas técnicas, legislações trabalhistas e demais aspectos que podem estar envolvidos em suas determinações e aplicações. A seguir, confira as principais etapas deste processo que você pode associar ao desenvolvimento e execução do seu planejamento de obras!
Análise e diagnóstico dos riscos das atividades
Para que seja possível definir estratégias de prevenção de acidentes e melhorar os seus índices de segurança do trabalho em obras, é preciso analisar o cenário, os ambientes em que os profissionais estão envolvidos, identificar e fazer um diagnóstico de risco das atividades.
Neste sentido, o Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais (PPRA) orienta as empresas sobre quais práticas seguir para tornar o ambiente de trabalho mais seguro para todos. No programa, são considerados todos os tipos de ambiente de trabalho e de trabalhadores, mas em cada organização ele é desenvolvido levando-se em consideração as particularidades de cada um.
Todas as empresas devem ter um PPRA desenvolvido por um profissional de segurança do trabalho ou de medicina ocupacional, com regras definidas para proteger os profissionais e evitar acidentes. E um dos processos de desenvolvimento do PPRA é justamente a identificação dos riscos que o ambiente e as atividades oferecem aos trabalhadores, no caso, o canteiro de obras.
A partir dessas informações, é possível determinar quais ações serão tomadas para evitar os acidentes e orientar sobre as Normas Regulamentadoras, bem como as leis, que devem ser seguidas para proteger a integridade física dos profissionais também no ramo da construção civil.
Planejamento de segurança no trabalho
O planejamento da segurança e do ambiente de trabalho é um direcionamento que deve ser desenvolvido em conjunto com o planejamento de obras. Ambos devem caminhar juntos para garantir que os riscos de todas as atividades estão sendo mapeados e que ações estão sendo mapeadas para evitar que acidentes aconteçam.
Alguns programas, como o PPRA (citado anteriormente), PCMSO e PCMAT (esses dois referentes à saúde) ajudam a direcionar as ações da empresa e definem diretrizes para impedir acidentes ou preparar os profissionais para lidar com eles e minimizar suas ocorrências.
O PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) é adotado para que a empresa consiga monitorar e controlar, por meio de exames periódicos, qualquer possibilidade de risco para os colaboradores. A partir desse monitoramento, a empresa consegue investir em estratégias de prevenção para apoiar o colaborador diante de qualquer necessidade relacionada ao seu estado de saúde.
O PCMAT (Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria e Construção Civil) é um direcionamento focado no setor da indústria. A adoção desse programa no setor é uma forma de prevenir acidentes neste tipo de ambiente que normalmente envolve máquinas pesadas, transporte de materiais e manuseio de equipamentos potencialmente perigosos. Para isso, as empresas desenvolvem propostas de segurança e controle de processos antes do início das obras.
Dessa forma, é possível promover a contenção de riscos na construção civil, além de orientar quais medidas e procedimentos devem ser adotados para melhorar a segurança do trabalho em obras, evitar o adoecimento dos profissionais e definir estratégias para agir em caso de acidentes.
Para a construção do planejamento e cronograma de obras aliados a estes programas, a empresa deve considerar medidas como a aquisição de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), ferramentas, estruturas para o cvanteiro de obras, documentação e projetos que vão garantir a segurança e o conforto dos profissionais.
Acompanhamento e controle dos programas
Após implementado o planejamento e os programas de controle e prevenção de acidentes e o início das atividades, a empresa deve fazer o acompanhamento e o controle diário por meio da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes). Este monitoramento será fundamental para que as ações traçadas sejam cumpridas e que, assim, as suas estatísticas relacionadas à segurança do trabalho em obras sejam otimizadas.
A comissão é obrigatória para empresas com mais de 19 funcionários e serve para identificar possíveis situações de risco para o trabalhador. É um modelo preventivo, que mapeia os riscos e evita que os sinistros aconteçam. Além de conscientizar e educar todos os colaboradores sobre a importância da segurança no ambiente de trabalho.
Vale ressaltar que a obrigatoriedade recai sobre este porte de empresa, porém, todo negócio que conte com qualquer número de funcionários — mesmo que menor que 19 — deve ter atenção para as normas de segurança da mesma forma.
A formação da comissão está prevista na NR 5, que determina que seus integrantes devem ser escolhidos a partir de uma eleição, feita com os profissionais da empresa. O processo deve acontecer 60 dias antes de terminar o mandato da CIPA em exercício. Os profissionais eleitos serão responsáveis por participar das reuniões da comissão, fiscalizar e identificar os riscos para a saúde e integridade física dos colaboradores.
A definição de ações de identificação, prevenção e contenção de riscos desde a etapa de planejamento do projeto, garante que a empresa terá um mapeamento completo de todas as atividades que podem causar danos e acidentes durante as atividades de trabalho.
Assim, juntamente com o cronograma de obras, a empresa consegue definir as estratégias e os prazos necessários para a implantação de cada programa ou atividade de controle e prevenção. Saiba mais sobre como montar um planejamento de obras estratégico e continue acompanhando o nosso blog para estar sempre por dentro das novidades do setor!
Engenheiro civil formado pela Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI, especialista em Engenharia de Produção e Processos também pela UNIVALI. Atuo há mais de 10 an...
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